
A busca multiplataforma não é a Os dados não mentem: segundo a Opinion Box, 82% dos usuários do Instagram seguem alguma marca na rede social. E 72% já compraram algum produto ou contrataram serviços de marcas que eles encontraram lá. realidade. Ela já é a realidade desde que marcas começaram a anunciar seus serviços além do Google.
E “o Google” é até jeito de falar. Na verdade, as marcas começaram a ir além dos sites, que estavam e ainda estão completamente associados ao Google. Até dependentes dele.
A situação começou a mudar com as redes sociais, e com a imensa popularidade que as marcas conseguiram nelas.
Aliás, até marcas que não têm essa popularidade toda ainda reconhecem a importância de pelo menos deixar informações no Instagram. O motivo? A busca multiplataforma.
No texto de hoje vamos entender qual é o futuro dessa busca, com um elemento extra que chegou na nossa realidade só agora: a Inteligência Artificial.
Começando:
Contextualizando: a busca multiplataforma já acontece (e é melhor para os usuários)

Os usuários preferem a busca multiplataforma, ainda mais no Brasil, porque ela facilita tudo.
Existem marcas que não têm site, não têm SEO local feito, e se não fosse o Instagram, não seriam nem encontradas na Internet.
O usuário que já está usando o Instagram faz esse cálculo e mais alguns, muitas vezes preferindo procurar marcas por lá. Por exemplo:
- Restaurantes: o usuário prefere procurar pelo Instagram por causa do conteúdo — como fazer reservas, como é o ambiente, qual é o cardápio do dia, etc;
- Serviços: o usuário pode ver pelo Instagram como a empresa realiza o serviço, com os Reels que ela grava;
- Varejo geral: o usuário pode procurar pela loja no Instagram para saber o tamanho do estoque, se ela tem algum produto específico anunciado, etc.
E estamos falando de Instagram porque é a rede social que todo mundo conhece no Brasil, mas isso não é exclusividade dele de jeito nenhum.
O próprio WhatsApp, por exemplo. Mesmo ele não sendo parte do processo de Discovery, o Topo do Funil propriamente dito, ele é fundamental nas conversas iniciais com a marca.
Muitas vezes, o combo Instagram + WhatsApp é o padrão nesse processo. E mesmo que a marca receba 50 visualizações em cada post, um único cliente gerado pode ser mais do que o investido em marketing no mês inteiro, dependendo do segmento.
O usuário prefere a busca multiplataforma. E vai continuar usando sempre que conseguir. E isso nos leva ao próximo ponto, a IA.
Vamos conversar sobre isso agora:
A busca multiplataforma com a IA — bom ou ruim?

A verdade é que hoje a situação com a IA colocou uma nova variável na equação da busca multiplataforma. Ou pelo menos é assim que a maioria das marcas está enxergando a situação.
Mas não é bem por aí. A IA faz algo diferente: ela pesquisa para os usuários.
O que o ChatGPT vem fazendo hoje é pesquisar por si próprio. E nem estamos falando sobre agentes de IA, mas sim da própria interface padrão do ChatGPT, que não está só respondendo com base no que ele sabe.
A Search Engine Land publicou um estudo recentemente levantando esse ponto. Segundo o site, o ChatGPT já faz pesquisas em 31% dos prompts fornecidos pelos usuários.
Ou seja: a multimodalidade nesse caso está sendo assumida pelo próprio ChatGPT, retirando o usuário da equação.
Isso traz oportunidades para marcas, mas também alguns desafios. Vamos analisar mais profundamente as duas situações aqui, trazendo os prós e os contras. Acompanhe:
Oportunidades da busca multiplataforma com IA
A IA deixou de ser apenas uma ferramenta de pesquisa para se tornar um intermediário ativo entre usuário e marca. Isso abre novas oportunidades estratégicas.
Primeiro, as marcas ganham acesso a contextos de intenção mais precisos. A IA entende o que o usuário quer — e quando quer — com base em padrões de linguagem, histórico e contexto multimodal.
Isso significa que a empresa pode posicionar sua mensagem no momento exato em que o interesse se forma.
Além disso, há uma nova chance de reposicionamento de autoridade. Como a IA busca em diversas plataformas, a coerência entre os canais começa a valer mais do que o domínio isolado em um deles.
Marcas que mantêm consistência entre site, redes sociais, avaliações e conteúdo técnico tendem a ser mais bem interpretadas pelos modelos.
Por fim, a IA transforma a distribuição em algo mais meritocrático: a qualidade da informação e a clareza dos dados estruturados passam a contar mais do que o investimento em mídia.
Ou seja: marcas menores não estão competindo diretamente contra o capital disponível para o investimento em anúncios que marcas maiores têm.
Mas elas ainda estão competindo na estrutura de conteúdo, um jogo mais simples, com menos cartas contadas.
Em um cenário onde o ChatGPT ou o Google Gemini montam respostas com base em múltiplas fontes, quem entrega informação sólida, verificável e bem formatada ganha espaço sem precisar “comprar” a exposição.
Dificuldades e riscos da busca com IA
Nem tudo são flores. A mesma camada de automação que cria novas oportunidades também afasta o controle direto das marcas sobre a experiência de busca.
O principal problema é a perda de visibilidade sobre o trajeto do usuário. Se o ChatGPT realiza a pesquisa e entrega a resposta pronta, o clique desaparece — e junto dele, métricas tradicionais de atribuição e conversão.
Outro desafio é a distorção de contexto. A IA pode misturar informações desatualizadas, imprecisas ou até concorrentes em uma mesma resposta. Isso afeta a percepção de marca e pode gerar confusão sobre posicionamento, valores ou diferenciais.
Outro contraponto bem evidente: o usuário não fica imerso no conteúdo da marca quando faz sua busca multiplataforma com a IA. Pelo contrário.
Buscando no Google, o usuário tem acesso a reviews, fotos, como chegar e mais alguns detalhes sobre a marca, incluindo produtos e descrições de serviços criados pela própria marca.
No Instagram, o usuário está disponível para os posts da marca, seus stories, suas fotos e o que mais a marca achou interessante compartilhar.
A IA retira tudo isso, resumindo a busca multiplataforma a uma resposta ao prompt.
Por fim, há um risco mais sutil: a dependência crescente da interpretação algorítmica. Mesmo marcas com bom SEO, reputação e mídia ativa podem perder espaço se o modelo “entender” que outras fontes respondem melhor a determinadas perguntas.
A IA define o que é relevante — e isso exige um novo tipo de otimização: menos centrada em palavras-chave, mais voltada para autoridade semântica e coerência narrativa.
Inclusive temos um texto sobre isso aqui no blog. Acesse logo abaixo:
➡️ De onde vêm os resultados da IA? Veja 7 estatísticas de SEO e GEO
A IA afunila a busca multiplataforma, especialmente para marcas menores

O maior “problema” da IA nesse contexto não vem para grandes marcas, mas para as menores, com atuação local e regional.
No mesmo estudo que citamos mais cedo tem um dado interessante: a maior parte das buscas que a IA fez foi para empresas locais — 59%.
Ou seja, os prompts mais utilizados pelos usuários foi no processo de Discovery para empresas próximas dos usuários, que poderiam ter mais contato com seu conteúdo através da busca multiplataforma.
O que isso nos traz é um afunilamento da busca. Ao invés da busca multiplataforma ficar mais diversa com a introdução da IA, ela fica menos diversa.
É o padrão Google acontecendo de novo. Tudo estava no Google, e tudo era centralizado com o Google em mente.
A centralização inicial foi sendo substituída pela busca multiplataforma, que agora está voltando para esse padrão restrito, mudando o Google para a IA — e até a IA do próprio Google.
E como resolver essa situação? Não há resolução completa. Mas há algumas pequenas ações que você pode colocar em prática. Vamos conversar sobre elas agora, acompanhe:
Garanta consistência total entre plataformas
A IA não interpreta a sua marca apenas pelo conteúdo, mas pelo padrão de coerência entre os canais.
Isso significa que divergências simples — como um endereço desatualizado no Google Maps ou uma bio diferente no Instagram — já são suficientes para o modelo não reconhecer que se trata da mesma empresa.
A consistência entre plataformas é hoje um dos pilares invisíveis da descoberta via IA.
Quanto mais idênticas forem as informações (nome, telefone, horário de funcionamento, categorias, descrições), maior a chance de o algoritmo consolidar tudo sob uma única entidade confiável.
Essa unificação é o que garante visibilidade quando o ChatGPT ou o Gemini precisam citar um negócio local.
O erro mais comum das marcas regionais é tratar cada rede como um canal isolado. No novo cenário, tudo precisa falar a mesma língua. A padronização é o seu primeiro passo para existir na busca mediada por IA.

Publique conteúdo verificável
A IA prioriza o que pode ser checado. Isso muda completamente o jogo para marcas menores, que precisam agora provar o que dizem — com dados, fontes e evidências públicas.
Não basta mais escrever que um produto é o “melhor da cidade”: é preciso mostrar avaliações, certificados, menções em portais e materiais auditáveis.
Quanto mais verificável for o conteúdo, maior a confiança atribuída pelo modelo.
A regra é simples: se um humano conseguir confirmar o que você publicou em outro site, a IA também conseguirá. E fará isso automaticamente. Marcas que estruturam suas páginas com dados e provas ganham mais espaço nas respostas diretas da IA.
Aposte em avaliações e citações locais
A reputação sempre foi importante, mas agora ela é processada por um modelo probabilístico. Reviews, menções e citações públicas são lidas como sinais de confiabilidade.
Quando a IA procura por uma “escola de idiomas em Florianópolis” e encontra dezenas de menções positivas, ela interpreta que essa empresa é socialmente validada — e, portanto, segura para recomendar.
O mesmo vale para portais regionais, blogs de bairro, fóruns e até comentários de clientes com informações contextuais.
As marcas que entendem isso tratam cada avaliação como um ativo de visibilidade. Incentive seus clientes a escrever detalhadamente e a contextualizar a experiência. A IA lê contexto antes de ler elogio.
Otimize a linguagem para IA
Escrever para a IA é escrever para um leitor que resume e relaciona. As descrições precisam responder perguntas diretas e conter termos que o modelo associe ao seu segmento e à sua localização.
Frases como “melhor academia de calistenia em Porto Alegre” ou “loja de móveis sob medida em Goiânia” são exemplos de prompts prontos. A IA processa esses padrões com alta prioridade porque refletem a forma como os usuários perguntam.
O foco deve estar na clareza, não na estética. A IA não valoriza criatividade, mas sim contexto explícito.
Nomeie produtos, serviços e diferenciais de forma objetiva — e insira variações geográficas e funcionais para maximizar a elegibilidade nas respostas.
Monitore respostas da IA
O SEO tradicional se baseava em cliques; o novo SEO se baseia em respostas. Testar sua marca dentro da IA é a única forma de saber se você está realmente visível.
Pesquise como seus clientes pesquisariam. Experimente perguntas simples como “melhor clínica odontológica em Santos” ou “lojas de roupas sustentáveis em BH” e observe os resultados.
A ausência da sua marca é um sinal de que o modelo não está reconhecendo sua presença como relevante.
A partir daí, ajuste seus metadados, refine descrições e insira termos que reflitam o padrão de linguagem que a IA usa nas respostas. Em vez de lutar contra o modelo, aprenda a falar a língua dele.
É assim que as marcas pequenas voltam a aparecer na era da busca mediada pela inteligência artificial.

A busca multiplataforma na era da IA com certeza está sofrendo um impacto forte.
Não é que ela oferece menos agência para os usuários. Ela só oferece um tipo novo de agência: tudo o que ele precisaria fazer pode ser automatizado. É decisão deles automatizar ou não.
O verdadeiro ecossistema a ser construído é feito com estratégias orgânicas, mídias pagas, geração e nutrição de leads, etc. É tudo junto.
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