
A verdade é que a IA chegou com tudo e sem pedir licença no mundo do marketing. E ela trouxe transformações muito intensas na forma que profissionais do ramo trabalham.
Mas claro: essas transformações são 100% da escolha do profissional. É ele quem vai determinar se vale a pena trabalhar com a IA ou não, no fim das contas.
Mas isso é pensando no nível individual — todo mundo pode escolher usar IA ou não. Mas pensando no macro, nos contratos de marketing sendo fechados hoje entre agências e empresas, a situação muda um pouco de figura.
A questão é que o próprio conceito da IA traz impactos reais no dia a dia da execução desses contratos e no momento de fechá-los com os clientes.
A simples existência da IA transforma o cenário de marketing digital como um todo. Novas expectativas surgem, novos serviços, novos preços e novas possibilidades.
No artigo de hoje, vamos entender como exatamente a IA transforma contratos de marketing em três frentes principais:
- O preço dos contratos;
- A complexidade dos serviços prestados;
- As garantias de resultados.
Vamos lá:
Como a IA muda o preço dos contratos de marketing?

É importante a gente conversar sobre esse ponto, mas é mais importante ainda que essa conversa seja do jeito que ela está sendo: de uma agência de marketing para uma empresa.
Isso porque nós temos uma visão de mercado mais hands-on. Estamos vendo mesmo as transformações que a IA traz nas rotinas de produção e, em muitos casos, entendemos e até apoiamos mudanças nos preços tradicionais de pacotes de marketing digital.
A verdade é que muitas agências pelo Brasil estão incorporando IA nas suas entregas e dimensionando contratos pensando em automação com IA.
Mas ao mesmo tempo, poucas agências estão pensando em diminuir o preço dos seus contratos por conta dessa utilização da IA.
E nós entendemos: diminuir o preço de contratos não é plausível para nenhum modelo de negócios.
Porém, algo precisa mudar de alguma forma. Nesse tópico, vamos entender o que deveria acontecer com os preços de contratos de marketing digital com o surgimento da IA, e no próximo trazemos algumas respostas mais plausíveis.
Vamos nos aprofundar:
A IA deveria diminuir o preço dos contratos de marketing?
Depende. Se cliente e agência determinarem que a IA vai ser utilizada, é bastante plausível imaginar um contrato com valores menores que os tradicionais.
Grande parte do dimensionamento dos valores de um contrato de marketing é a determinação dos esforços desprendidos para a realização do serviço.
Na conta, entra:
- O valor da hora dos profissionais envolvidos;
- O nível de especialização dos profissionais como dimensionador desse valor;
- Os equipamentos usados para a realização do serviço (fotografia, por exemplo);
- O investimento extra por parte do cliente (no caso de Google Ads, por exemplo);
- Os prazos;
- O volume de produção;
Dentre outros fatores específicos. Mas só aqui nesses citados, conseguimos ver três pontos que são diretamente impactados pela IA: a especialização do profissional, o tempo gasto na execução e o prazo.
Vamos pensar primeiro no prazo. Um cliente pede para uma agência um serviço. Se a entrega for dentro do prazo da agência, o valor é X. Mas se o cliente precisa do serviço pronto para ontem, o valor é 3X.
Isso porque a entrega seria impossível sem horas extras e envolvimento de mais profissionais.
Com a IA, esses prazos passam a ser bem mais plausíveis. Trabalhando juntos, redatores e IA conseguem entregar o mesmo resultado na metade do tempo. E o valor? Deve mudar?
A mesma coisa para o preço geral dos serviços, sem levar em conta o prazo. Em um contrato que contempla a IA, a quantidade de pessoas trabalhando na conta diminui. O valor desse contrato deve diminuir?
Esses são os questionamentos mais pertinentes a se fazer. No próximo item, trazemos a solução mais óbvia para a situação:
O modelo de contrato único X o modelo de planos personalizados
De longe, a maior mudança que a IA traz quando pensamos em preços de contratos de marketing é a necessidade de trabalhar com múltiplos planos, sendo um deles com IA inclusa.
Muitas agências hoje estão vendendo IA até como plus nos serviços. Mas isso não vai muito longe: agora, alguns anos após o lançamento das principais IAs do mercado, está bem evidente que ela sozinha não faz milagres.
Portanto, usar a IA como um argumento de vendas para um plano que custa mais caro não é a melhor solução.
O que boas agências de marketing estão fazendo é granularizar seus contratos de algumas formas diferentes. Veja dois exemplos mais gerais:
- Planos múltiplos: vários planos com preços diferentes, como é o padrão, mas alguns desses planos são mais baratos por usarem IA. É a estratégia mais honesta, mas ela também é um pouco perigosa: você como cliente não tem tantas garantias de resultado e pode perder tráfego por penalizações do Google caso o trabalho não seja feito com boas práticas, o que é muito comum. E para a agência, há o risco de preferência pelos contratos menores em detrimento dos maiores;
- Baixa no preço geral com total adesão à IA: outra estratégia que agências colocam em prática é a baixa geral dos preços. Ao invés de usar a IA em apenas alguns contratos específicos, ela usa a IA em todos os seus contratos, que passam a ser menores. Você, como cliente, precisa de transparência para entender como a IA é usada exatamente no seu contrato;
Esses dois exemplos são o completo oposto um do outro, mas são as duas formas mais óbvias de dimensionar contratos com IA.
Perceba como nos dois casos, cliente e agência estão atentos ao uso da IA, sendo que ela nunca deve ser incorporada em um contrato sem aviso prévio.
Mas ainda temos um outro ponto para falar sobre o preço antes da gente seguir para as soluções práticas com IA em contratos já estabelecidos.
Como determinar o preço de planos com IA?
Existem várias questões que determinam qual vai ser o valor de um plano com IA dentro de um contrato de marketing.
Um deles é a quantidade de trabalho envolvido e os profissionais que vão trabalhar na conta em questão.
Esse é o ponto que mais é impactado pelo uso de IA. Subitamente, contratos que iam requerer 10 horas por semana de cada profissional vão requerer 3 horas semanais.
A melhor forma de determinar o quanto os preços de planos com IA devem ser mais baratos é analisando a economia real que está acontecendo no trabalho.
Para agências, isso é bem mais fácil. Existem sistemas de gestão de projetos voltados justamente para esse fim, e eles não são poucos.
Para clientes, como é o seu caso provavelmente, isso é um pouco mais difícil. É importante fazer orçamentos diferentes para comparar os preços, e sempre buscar entender junto às agências pesquisadas se a IA vai ser usada ou não, e como.
Aliás, se você é cliente, é fundamental entender o como. Uma agência te vendendo marketing de conteúdo com IA, por exemplo, precisa explicar o processo com detalhes, incluindo briefagem e revisão.
Isso são processos de marketing. Normalmente, eles são deixados a cargo da agência — ela é quem decide o que fazer e como. Mas com a IA no jogo, tudo muda. A IA erra constantemente. Quais são as estratégias para mitigar esse erro?
Mais do que isso: conteúdo 100% IA tem problemas de indexação no caso de SEO. Tem problemas de engajamento no caso de redes sociais. Tem problemas de cadência na gravação de áudio, resolução em vídeos, erros em imagens etc.
Portanto, como cliente, você tem o direito de conhecer mais profundamente os processos de marketing que envolvem uma produção com IA.

Bom, então entendemos tudo o que diz respeito ao preço dos contratos de marketing que usam IA, certo?
Se você é cliente, a transparência é o que você mais precisa procurar. Se tem IA, você precisa saber onde e como, e qual é o impacto disso no preço do serviço prestado.
Se você é agência, é importante manter a honestidade e fazer ajustes no preço ou nos serviços prestados.
Como conversamos, mudar o preço de contratos de marketing é muito complicado. Você corre o risco de abaixar o seu faturamento em contratos futuros, e até perder rentabilidade nos contratos que você já tem.
Mas a verdade é que a maioria das agências não está interessada em preços mais baixos. E a maioria dos clientes vai preferir mais serviços com o mesmo preço ao invés de preços mais baixos + IA.
Vamos conversar melhor sobre isso logo abaixo. Acompanhe:
Oferecendo mais serviços com a ajuda da IA em contratos de marketing
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A outra solução para a implementação da IA em contratos de marketing é muito mais popular: aumentar serviços ao invés de abaixar os preços.
É claro, existe uma outra mais popular ainda: não mudar os preços e ainda usar a IA de qualquer forma. Mas essa forma de trabalhar é bastante insustentável tanto para o cliente quanto para a agência.
Isso por um motivo bem simples mas que ainda não tocamos aqui: a IA precisa de ajustes bem específicos e, mesmo com eles, ela ainda não se mostrou tão eficaz nos principais indicadores de marketing.
Marcas estão perdendo tráfego porque as estratégias de SEO foram desenhadas pensando em uma rotina editorial específica, mais parecida com o jornalismo do que com o marketing de conteúdo para redes sociais.
Na nossa opinião, a melhor maneira de trabalhar com IA em contratos de marketing é expandindo serviços sem alterar o core contratado.
Se você contratou uma agência para SEO, a redação não deve ser feita por IA, mas outras áreas correlatas podem — a criação do calendário, a pesquisa aprofundada, a listagem de exemplos etc.
Dimensionar contratos com serviços extra vindos da IA passa por 5 pontos básicos:
- Identificação do core do contrato: qual é a estrela do contrato? Qual é o serviço que vai trazer mais resultados, o principal motivo da contratação?
- Identificação dos serviços ao redor do o que precisa ser feito para que o core seja aplicado com sucesso?
- Identificação de oportunidades com IA: o que pode ser feito dentro desses serviços adjacentes com IA? E como eles podem ser expandidos com ela?
- Planejamento e aprovação: a agência deve deixar claro e transparente como a IA é usada nesses contextos;
- Mensuração: a agência deve oferecer meios de medir a eficiência das estratégias com IA, mostrando aumento no ROI.
Vamos conversar melhor sobre esses pontos agora. Vamos juntos:
Identificação do core do contrato
Antes de qualquer implementação de inteligência artificial, é fundamental entender com clareza qual é o serviço central do contrato — aquilo que efetivamente gera valor para o cliente e motiva a contratação da agência.
Em um contrato de SEO, por exemplo, esse core pode ser a produção de conteúdo com foco em posicionamento orgânico. Em um contrato de mídia paga, o core talvez seja a estratégia de segmentação e otimização de campanhas.
Essa etapa é essencial porque a IA, apesar de poderosa, ainda não substitui com a mesma qualidade o trabalho humano nas áreas de maior impacto estratégico.
Se o core do contrato for a criação de peças criativas para branding, automatizar essa produção com IA pode comprometer o resultado, já que esse tipo de entrega depende de sensibilidade, timing e contexto cultural — elementos que a IA ainda não domina com profundidade.
Por isso, o primeiro passo é identificar o que não pode ser automatizado sem prejuízo para os resultados.
Essa clareza também protege a agência e o cliente: evita que a adoção da IA seja feita por pressão ou modismo, mantendo o foco em resultados. O core deve ser protegido — e o uso da IA, concentrado nas tarefas periféricas que o fortalecem. Essa escolha estratégica dá sustentabilidade ao contrato, já que prioriza o que realmente importa para os indicadores de desempenho do projeto.
Identificação dos serviços ao redor do core
No caso de um contrato de SEO, por exemplo, os serviços periféricos incluem a pesquisa de palavras-chave, a criação de pautas, a estruturação técnica de conteúdos, o monitoramento de métricas de ranqueamento, entre outros.
Esse mapeamento é essencial porque é justamente nesses pontos que a IA pode entrar com mais eficiência e menos risco. Muitas dessas atividades são repetitivas, exigem coleta e organização de dados, ou dependem de análises preliminares que podem ser aceleradas por ferramentas de IA generativa e preditiva.
Além disso, identificar esses serviços ajuda a agência a justificar o valor entregue, inclusive quando não está diretamente ligado ao core.
Um cliente pode não perceber o valor de uma matriz de conteúdo bem construída, mas se ela for usada para guiar a produção e resultar em tráfego crescente, seu papel se torna evidente.
Essa etapa permite uma visão holística da operação, com clareza sobre onde estão os gargalos, as oportunidades de melhoria e, principalmente, os pontos onde a automação pode trazer ganhos reais sem comprometer o que é mais estratégico.
Identificação de oportunidades com IA
Com o core e seus satélites bem definidos, é possível olhar com lupa para os serviços auxiliares e avaliar onde a IA pode ser aplicada de forma produtiva.
Essa avaliação precisa ser feita com critérios objetivos: o uso da IA deve economizar tempo, ampliar a qualidade da entrega ou permitir escalar o serviço sem aumento de custo.
Caso contrário, a automação corre o risco de ser uma falsa economia — cortando processos que, embora trabalhosos, agregavam valor real.
Por exemplo, na pesquisa de palavras-chave, ferramentas de IA podem cruzar rapidamente dados de volume, concorrência e intenção de busca, gerando relatórios mais completos e acionáveis. Já na construção de calendários editoriais, a IA pode sugerir temas com base em tendências, sazonalidades e dados de performance anteriores.
Mas é essencial ter em mente que nem todo uso de IA é vantajoso. Automatizar o atendimento ao cliente, por exemplo, pode gerar frustração se o tom não for ajustado ao público da marca. Portanto, é necessário testar, validar e documentar os ganhos.
A identificação de oportunidades deve ser feita com base em três critérios: repetição (tarefas que se repetem frequentemente), volume (tarefas que demandam muito tempo) e valor (tarefas que, mesmo sendo auxiliares, têm alto impacto nos resultados). Quando a IA atua nessas frentes, ela não substitui o trabalho da agência — ela o potencializa.
Planejamento e aprovação
Nenhuma mudança operacional — especialmente envolvendo IA — deve ser feita de forma opaca.
A relação entre agência e cliente deve ser pautada por clareza e transparência, sobretudo quando há alteração na forma de entrega. Por isso, o uso de IA precisa ser planejado com antecedência e apresentado ao cliente de forma estruturada.
Esse planejamento inclui definir quais partes do serviço serão impactadas, quais ferramentas serão utilizadas, qual o processo de supervisão humana e como eventuais erros da IA serão tratados.
É preciso que o cliente entenda que a IA não está “substituindo” pessoas, mas otimizando processos que, de outro modo, exigiriam horas de trabalho operacional que não estão inclusas no contrato original.
A aprovação, nesse contexto, deve vir acompanhada de uma política clara de uso ético e responsável da tecnologia. Muitos clientes têm receios legítimos sobre privacidade de dados, originalidade de conteúdo e conformidade com diretrizes de plataformas (como o Google). Garantir que tudo está sendo feito dentro dos padrões técnicos e éticos é parte do compromisso da agência.
Mensuração
Não basta afirmar que um processo ficou “mais rápido” ou “mais prático” — é necessário provar, com dados, que houve um impacto positivo nos indicadores-chave do contrato.
Essa mensuração pode incluir aumento de produtividade, redução de custo operacional, ampliação da cobertura de temas, melhoria na performance de campanhas, entre outros pontos.
Para isso, a agência precisa estabelecer desde o início quais métricas serão acompanhadas, e como elas se relacionam com o uso da IA.
No caso de SEO, por exemplo, pode-se comparar o tempo médio de produção de pautas antes e depois da adoção de IA, ou analisar se os conteúdos que tiveram auxílio automatizado tiveram desempenho semelhante aos produzidos de forma 100% manual.
Um texto gerado por IA pode economizar tempo, mas se não estiver bem adaptado à voz da marca, ele pode prejudicar a imagem da empresa. Por isso, as métricas de mensuração devem incluir tanto dados quantitativos quanto qualitativos.
Medir os resultados não é apenas uma forma de justificar o uso da IA. É também uma maneira de aprender continuamente com ela.
A tecnologia muda rápido — e o que hoje funciona bem pode precisar de ajustes em poucos meses. Ter uma cultura de mensuração ativa permite à agência adaptar seus processos com agilidade, mantendo a performance em alta e a satisfação do cliente no centro da estratégia.
Garantindo resultados com IA — o que procurar em agências
O uso de IA por agências de marketing já é uma realidade e há muito pouco que clientes podem fazer para que esse uso não aconteça.
Na verdade, exigir que a IA não seja usada em contratos de marketing hoje é quase pedir para que a agência não te falar que a IA está sendo usada.
Os usos, porém, precisam ser mais estratégicos e menos criativos. Mais auxiliares e menos fundamentais.
A melhor forma de pensar na IA em contratos de marketing é focar nessa discussão em reuniões com o time criativo e comercial.
Para entender se vale a pena trabalhar com a agência, você deve focar na análise de resultados.
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